LIBERDADE DE EXPRESSÃO



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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Resumo Crítico do livro Entendes o que Lês?

RESUMO CRÍTICO DO LIVRO:




Entendes o que lês?
Gordon D. Fee & Douglas Stuart



Apresentação do Resumo

O livro: “Entendes o que lês?” dos autores Gordon D. Fee & Douglas Stuart, vem com uma proposta de esclarecer e informar aos leitores conceitos muito importantes para uma sóbria leitura, análise e interpretação dos textos bíblicos, como se refere os tópicos abaixo:

Capítulo 01

Introdução: A Necessidade de Interpretação

Ressalta a necessidade de conhecimento e entendimento para fazer uma boa interpretação, principalmente pelo fato que todo leitor é um interprete e, ao analisar textos que seu verdadeiro sentido não estiver claro, portanto, leva-se à utilizar as técnicas que ajudarão aos leitores a ter maior eficácia na interpretação.

A necessidade de interpretar também é achada por meio de notar aquilo que acontece em nosso redor o tempo todo, principalmente no que se diz à algumas atrocidades dogmáticas de igrejas que dizem basear-se em um texto bíblico, como a questão do véu, das mulheres não poderem falar na igreja, batismo de criança, etc.

É tratado também da Natureza da Escritura, afirmando que a Bíblia é a Palavra de Deus, e têm relevância eterna, fala para toda a humanidade em todos os tempos e culturas. Deus escolheu falar a sua Palavra através de palavras humanas no decorrer da história, portanto a interpretação da Bíblia é exigida “tensão” que existe entre a relevância eterna e sua particularidade histórica.

Neste capítulo, nos é apresentado as duas técnicas de interpretação: a Exegese e a Hermenêutica.


Exegese

É o estudo cuidadoso e sistemático da Escritura para descobrir o significado original que foi pretendido, sendo uma tarefa basicamente histórica. É tentar escutar a Palavra conforme os destinatários originais devem tê-las ouvido.

Dentro desta técnica é averiguado duas perguntas importantes: a) Contexto e o b) Conteúdo no qual se passa o texto analisado, c) ferramentas.


a) Contexto inclui duas vertentes:

- Contexto Histórico: refere-se à várias coisas: a época e a cultura do autor e dos seus leitores, ou seja, os fatores geográficos, topográficos e políticos que são relevantes ao âmbito do autor; e a ocasião do livro, carta, salmo, etc. Todos os assuntos desde tipo são muito importantes para a compreensão.

- Contexto Literário: refere-se à tarefa mais árdua e difícil da exegese, pois significa que as palavras somente fazem sentido dentro de frases, e, na sua maior parte, as frases na Bíblia somente têm significado em relação às frases anteriores e posteriores. Nesta técnica feita algumas perguntas: “Qual é a razão disto?”, Devemos procurar descobrir a linha de pensamento do autor. O que ele está dizendo e por que o diz exatamente naquele texto? E depois quais são as lições ensinadas? Etc.

b) Conteúdo – tem relação direta com o significado das palavras, com os relacionamentos gramaticais nas frases, e com a escolha do texto original onde os manuscritos têm textos variantes. Inclui, também certo número de itens mencionados supra em “contexto histórico”, como exemplo: “significado de denário”, “jornada de um sábado”, “lugares altos”, etc.

c) Ferramentas – refere-se aos recursos utilizados pelo leitor para utilizar na interpretação do texto, e faz a diferença se o material for de boa qualidade. Exemplos: Manual Bíblico, uma bíblia com uma boa tradução e bons comentários bíblicos.

Hermenêutica

Neste livro ressalta também o conceito e a necessidade da Hermenêutica, como abrangendo ordinariamente o campo inteiro da interpretação, incluindo a exegese, sendo usada também, para procurar a relevância contemporânea dos textos antigos.

A Hermenêutica é, contudo a preocupação de se achar no texto bíblico a intenção original de seu escritor.

Portanto, explica-se neste capítulo introdutório que o texto bíblico não pode ser forçado a significar tudo quanto significam para qualquer determinado leitor, ou seja, o texto não pode significar o que nunca significou, com isso, é dada de uma forma abrangente algumas informações a respeito da interpretação.


Capítulos 02 a 07


Nestes capítulos são apresentadas peculiaridades na uso da exegese e hermenêutica referente aos livros bíblicos: Epístolas, Narrativas do Antigo Testamento, Atos dos Apóstolos, os Evangelhos e as Parábolas.

Muitos aspectos foram abordados elucidando algumas passagens que aparentemente parecem de fácil interpretação, porém apresentam aspectos que o leitor intérprete deve observar:

Ressaltando as Narrativas do Antigo Testamento, foi aplicado o conceito de Narrativa, atribuindo-as como histórias, elucidado com veemência a sua veracidade e não caráter “mitológicos”, “conto improvável” ou “estórias”. A Narrativa é classificada em três níveis: Superior, Intermediário e ulterior, cada um desses conceitos fazem muita diferença na hora da aplicação da exegese e da hermenêutica para uma correta interpretação e aplicação bíblica.


Capítulo 08

Neste capítulo é tratado quanto à interpretação de várias leis contidas na TORÁ (Pentateuco), trazendo observações importantes e definições nas quais elucidam os textos, fazendo com que o leitor possa entender, interpretar muitas leis que são específicas para o povo de Israel Antigo e não para os cristãos. Como exemplo:

• Definição de Lei como uma aliança onde o cumprimento demonstra a lealdade por parte do povo para com Deus;

• Diferenciação entre os tipos de Leis: Apodítica e Casuística

• Lei do Derramamento de Sangue, etc.


O interessante é que ficou muito claro que as Leis que Deus implantou não era a seu “bel” prazer, nem capricho de um Ser superior para demonstrar a sua soberania, mas sim com propósitos bem definidos referente à proteção e preservação do seu povo, a fim de demonstrar o cuidado com a sua saúde, prosperidade e não deixa-los misturarem seus ritos religiosos com os demais povos pagãos.


Capítulo 09

Capítulo referente à Profecia, de muita utilidade para a interpretação bíblica, pois, traz a definição de Profecia Bíblica, elucidando o leitor intérprete para que não confunda os termos de profecia da atualidade.

Subtópicos como Conceito, Função, Contextos e Formas de Pronunciamentos Proféticos foram muito bem trabalhados, onde várias especificações destes tópicos foram muito bem conceituadas e explanadas.

A forma com que foi trabalhado os oráculos, na profecia foi muito interessante, pois desmistifica que a profecia seria para o futuro escatológico e sim com referência ao futuro próximo do Povo de Israel Antigo, sempre com exortação ao arrependimento ou à consagração para com o povo, seguindo sempre de uma promessa para a obediência e uma sentença para a desobediência.


Capítulo 10



Capítulo destinado às orientações quanto a correta interpretação do Livro dos Salmos, o livro é especificado como uma coletânea de orações e hinos inspirados hebraicos e também muito conhecido dos cristãos no tocante à adoração e na meditação, os ajuda o crente a expressar alegrias e tristezas, sucessos e fracassos, esperanças e pesares.

O Livro dos Salmos não é apenas uma coletânea de palavras expressadas de por Deus para o homem, mas também do homem para Deus, e mesmo nas duas situações são tidas como Palavra de Deus. Este conceito é muito importante pois muitas situações às vezes simples porém interpretadas equivocadamente.

Várias observações exegéticas foram colocada, tais como indicando o tipo de poema que compõem os Salmos: poemas musicais, onde este gênero tem toda a sua peculiaridade na leitura e na sua interpretação.

Foi explicado também o uso dos Salmos no Israel Antigo, como cânticos funcionais, compostos por israelitas para o uso no culto. A função dos Salmos, no que refere-se à cânticos funcionais é o de fazer a conexão entre o adorados e Deus.

Vários os tipos de Salmos foram explanados, dando também informações peculiares sobre cada tipo, tais como:

Lamentações;

Hinos de Louvor;

Salmos da História de Israel;

Salmos de Celebração e Afirmação, etc.


Capítulo 11


Os livros sapienciais (livros de Sabedoria), que são : Jó, Eclesiastes e Provérbios, onde são explanados quanto à sua natureza, sendo Divina, e através do seus conceito foi mostrado três forma equivocadas de erros na leitura e interpretação desses livros.

Em cada livro sapiencial foi informado a sua peculiaridade na forma de interpretação de algumas passagens, como exemplo: A linguagem especificamente religiosa é raras vezes usada em Provérbios, pois é na realidade, um meio de corretivo à tendência de espiritualizar tudo, como se houvesse algo de errado com o mundo básico, material e físico; como se Deus tivesse falado: “É ruim” ao invés de “É bom”, quando contemplou pela primeira vez aquilo que fizera.

Algumas diretrizes Hermenêuticas foram dadas, através dos seguintes aspectos:

• Os Provérbios Não são Garantias Legais da parte de Deus;

• Devem ser lidos como uma Coletânea;

• Têm uma redação para ser de fácil memorização e não teoricamente acurados.

Usando o Livro de Provérbios os autores deram várias dicas no uso da Hermenêutica para a sua correta interpretação, nas quais podem também serem usados nos demais livros sapienciais, atentando, para suas peculiaridades e contextos.


Capítulo 12

É tratado aqui dos livros mais complicados da Bíblia, o Apocalipse, como é comentado pelos escritores, é um livro onde possui três tipos diferentes de gêneros literários em uma só: Apocalíptica, Profecia e Carta.

O gênero Apocalíptico é o mais dos três o que tem mais por menores, porque não temos este gênero literário em nossa cultura, portanto fica mais complicado em se fazer a hermenêutica correta, sem fazer antes uma excelente exegese. A apocalíptica utiliza figuras alusivas que não são comuns ao cotidiano tanto do povo de Israel Antigo como a atualidade, diferenciando assim das parábolas e profecia, que utilizam alegorias simples.

Ao longo do capítulo é mostrada a natureza do Apocalipse com vários tópicos, mostrando peculiaridade dos contextos Literários e Históricos, bem como questões de Hermenêutica deste gênero para que possamos começar a desenvolver uma exegese e uma hermenêutica sadia e eficaz, sem forçar os textos para interesses pessoais e sim expressar realmente o que o texto quis e quer dizer para o povo de Deus.


CONCLUSÃO

A importância de conhecermos e buscarmos conhecer vários mecanismos e fontes para uma boa interpretação da bíblica faze-se necessários, pois é percebido no decorrer do livro muitos equívocos que fazem quando critérios e ferramentas são usadas erroneamente ou nem são usadas, fazendo com que a correta interpretação dos textos bíblicos fiquem prejudicados.

O livro é muito bom, pois dá informações importantes a respeito da Exegese e da Hermenêutica sobre os vários tipos de literaturas, como exemplo: epístolas, parábolas, apocalíptica, salmos, etc., mostrando as diferenças entre cada gênero e automaticamente, a diferença no processo exegético e hermenêutico de cada um deles.

As informações sobre o livro de Salmos, foram as que, na minha óptica, as que poderiam ser bem melhor explanadas, porém, é um livro onde acrescenta muitas informações úteis para nós amantes do estudo e aplicação genuína da Palavra de Deus.


SHALOM ADONAI

  Leumane Rabelo